domingo, 20 de novembro de 2011

Hepatite, season finale

Esse blog trouxe pra você uma série de posts sobre Hepatites, mostrou as diferenças entre os tipos mais conhecidos ( Hepatite A, B e C), falou sobre outras duas não tão conhecidas (Hepatite Alcóolica e Medicamentosa) e para encerrar a série traz para você um resumo (bem resumido) dos outros tipos de Hepatites existentes.
Pois é, existem outros tipos de Hepatite que a maioria das pessoas desconhecem. Você pode saber mais sobre Hepatites no site hepcentro, principal fonte de referência da série desse blog.

Hepatite D
O vírus da hepatite D ou delta é um dos menores vírus RNA animais. Tão pequeno que é incapaz de produzir seu próprio envelope protéico e de infectar uma pessoa. Para isso, ele precisa utilizar a proteína do vírus B. Portanto, na grande maioria dos casos a hepatite D ocorre junta a B, ambas com transmissão parenteral (sangue contaminado e sexual). O vírus D normalmente inibe a replicação do B, que fica latente.

Hepatite E
É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite E, que se pode curar de forma subclínica. Sua transmissão é do tipo fecal oral, através do contato com alimentos e água contaminados, e os sintoma iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum após enchentes. Não existe vacina para hepatite E.

Hepatite por Citomegalovírus e/ou pelo Vírus Epstein Barr
O citomegalovírus (CMV) e o vírus Epstein-Barr (EBV) pertencem às sub-famílias beta e gama dos vírus da herpes. Eles apresentam pouco tropismo, ou seja, não afetam um órgão específico, mas espalham-se pelo corpo através dos leucócitos periféricos após a infecção. Podem causar hepatite como principal manifestação clínica, mas geralmente esta hepatite é assintomática.

Hepatite Autoimune
A hepatite autoimune (HAI) é uma doença causada por um distúrbio do sistema imunológico, que passa a reconhecer as células do fígado (principalmente hepatócitos) como estranhas. A partir daí o sistema imune desencadeia uma inflamação crônica, com destruição progressiva do fígado e a formação de cicatrizes (fibrose). Sem o tratamento adequado em tempo, isso pode levar a progressão para cirrose com suas complicações, como varizes de esôfago, ascite e encefalopatia hepática. Cirrose biliar primária, colangite esclerosante primária, colangite autoimune e outras hepatopatias crônicas que têm bases imunológicas, mas que afetam primariamente as células dos canais biliares e têm resposta insatisfatória à corticoterapia são consideradas à parte. 


Existem ainda outros tipos de Hepatites, que você pode conhecer o site citado acima. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Hepatite Medicamentosa

Hepatite Medicamentosa é aquela provocada pelo uso de medicamentos, na maioria das vezes em excesso. 
Não há como prevee quem terá Hepatite Medicamentosa, pessoas com danos no fígado são mais susceptíveis.

Estas hepatites podem ser provocadas por dois mecanismos: toxicidade ou idiossincrasia. No primeiro caso, o produto ingerido lesa directamente as células hepáticas, pelo que qualquer indivíduo exposto contrai hepatite, de maior ou menos gravidade consoante a dose ingerida (é o caso de alguns solventes, como o tetracloreto de carbono e de medicamentos como o paracetamol, quando tomado em doses excessivas). Na idiossincrasia a lesão depende do próprio indivíduo, só acontecendo em pessoas susceptíveis e não depende da quantidade de medicamento tomada (é o caso da maioria das hepatites medicamentosas). Por vezes a idiossincrasia traduz-se por hipersensibilidade (reacção de tipo alérgico), podendo a hepatite acompanhar-se doutras manifestações, por exemplo cutâneas. 

Podem ser assintomáticas, o que acontece na maioria dos casos. Havendo sintomas, são semelhantes aos das hepatites por vírus: mal estar, náuseas, vómitos, febre, icterícia (principal sintoma em pacientes hospitalizados).
Lesão manifesta apenas como aumento de enzimas séricas é um fenômeno comum comum. Há uma tendência a se acreditar que quanto maior for o nível desse aumento, maior a chance da lesão se manifestar clinicamente. A maioria dessas anormalidades não progride. Para prevenir lesão hepática clínica em pacientes em uso de drogas hepatotóxicas, deve-se fazer monitorização das enzimas e retirar a droga se houver aumento maior que 3 ou 4 vezes o normal.

Existe um grande número de drogas que são hepatotóxicas, ou seja, lesam diretamente o hepatócito. Tais drogas podem portanto causar hepatite. A droga antidiabetes troglitazona, por exemplo, foi retirada do mercado em 2000 por causar hepatite. O acetaminofeno (Paracetamol), substância analgésica muito utilizada por crianças e adultos, é considerada altamente hepatotóxica, quando em doses elevadas.
O progresso clínico de uma hepatite induzida por medicamentos é muito variável, dependendo da droga e da tendência do paciente a reagir à droga. Por exemplo, hepatite induzida por halotano pode ser moderada ou mesmo fatal, assim como a hepatite induzida por isoniazida. Contraceptivos hormonais podem causar mudanças estruturais no fígado. Hepatite por amiodarona pode ser incurável, uma vez que a longa meia vida da droga (mais de 60 dias) significa que é muito difícil impedir exposição à droga. Além disso, a variação na forma de reagir do organismo humano é tão grande que qualquer droga pode vir a causar hepatite caso a pessoa tenha uma grave reação adversa a ela.

Medicamentos comumente associados à Hepatite Medicamentosa: Alopurinol, Amitriptilina, Amiodarona, Azatioporina, Halotano, Ibuprofeno, Indometacina, Isoniazida, Rifampicina, Pirazinamida, Cetoconazol, Metildopa, Minociclina, Nifedipina, Nitrofurantoina, L-asparaginase, Fenitoína, Ácido Valpróico, Tetraciclina, Zidovudina, Isotretinoína, Paracetamol.
Importante: fazer uso de qualquer uma dessas drogas não significa que você vai desenvolver Hepatite Medicamentosa. 



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Hepatite Alcóolica

A Hepatite Alcoólica é uma síndrome inflamatória progressiva do fígado relacionada à ingestão crônica de grandes quantidades de etanol. Os pacientes afetados podem apresentar febre subaguda, hepatomegalia, leucocitose e manifestações de hipertensão portal. Contudo, nas formas mais leves, boa parte dos casos de hepatite alcoólica é completamente assintomático.

As mulheres são mais suscetíveis que os homens aos efeitos adversos do álcool, desenvolvendo hepatite alcoólica após períodos mais curtos e ingestão de quantidades menores de etanol. Além disso, a hepatite alcoólica também evolui mais rapidamente nas mulheres. Calcula-se que a quantidade mínima de etanol necessária para desenvolver cirrose seja de 40g para homens e 20g para mulheres com mais de 15-20 anos de idade.
Pacientes com hepatite alcoólica que não abandonam o etilismo fatalmente evoluem para cirrose. O prognóstico a longo prazo depende grandemente da interrupção da ingestão de etanol. Aproximadamente 15-50% dos casos de hepatite alcoólica aguda hospitalizados evoluem para óbito. 
A coexistêncis de Hepatites B e/ou C aumentam a severidade da Hepatite Alcóolica.

As principais lesões hepáticas pelo etanol são esteatose, HA, cirrose e fibrose perivenular. A esteatose é causada pela deposição de gorduras dentro das células do fígado, os hepatócitos, sendo consideradas lesão predisponente para a HÁ e, esta é considerada lesão pré-cirrótica.  
Além das lesões hepáticas diretas, o alcoolismo acaba por levar a deficiências nutricionais já que os alcoólatras freqüentemente obtém 50% de suas calorias do etanol, deixando de consumir alimentos que supram suas necessidades de proteína, tiamina, folato e piridoxina.  
As manifestações clínicas da HA podem variar da forma assintomática até a formas graves. Os sinais e sintomas mais comuns são: aumento do fígado, icterícia, anorexia, perda do apetite, tumores, emagrecimento, febre e dor abdominal.  
Além das lesões hepáticas, o álcool pode afetar outros órgãos como coração, pâncreas e sistema nervoso, podendo levar a arritmias cardíacas, pancreatite crônica e atrofia testicular. 

Na maioria dos pacientes, a hepatite alcoólica é leve e o prognóstico a curto prazo é bom, dispensando o emprego de medidas terapêuticas específicas. Obviamente, a ingestão etílica deve ser sempre desestimulada. A preocupação com o status nutricional é uma constante, recomendando-se a suplementação com vitaminas e sais minerais, incluindo folato e tiamina. A coagulopatia, se presente, deve ser tratada com vitamina K por via intramuscular.
Cerca de 50% dos pacientes com hepatite alcoólica aguda grave evoluem para óbito durante os primeiros 30 dias de evolução do distúrbio. O maior fator preditivo de mortalidade no curto prazo é a presença de encefalopatia hepática. Estes casos podem se beneficiar de abordagens direcionadas para a redução da lesão, intensificação da regeneração e supressão da inflamação hepática. Os glicocorticóides são os fármacos mais comumente empregados para este propósito. No longo prazo, os objetivos terapêuticos incluem melhora da função hepática, prevenção da progressão para cirrose e redução da mortalidade. Apenas a abstinência alcoólica é capaz de resultar em benefícios nestes três pontos.
tratamento medicamentoso da hepatite alcoólica é recheado de controvérsias. Após décadas de pesquisas intensas, ainda não existe um consenso sobre o papel de outras drogas além dos glicocorticóides.
A restrição protéica está indicada apenas nos pacientes com encefalopatia hepática severa, uma vez que a restrição prejudica a regeneração e piora ainda mais a função hepática. Mesmo na presença de encefalopatia, pode-se permitir que o paciente consuma no mínimo 60-100g de proteína por dia. A restrição salina pode ser necessária em paciente com ascite.
O transplante hepático ortotópico vem sendo amplamente utilizado em pacientes com hepatopatia terminal. Entretanto, a maioria dos pacientes com hepatite alcoólica em atividade é excluído dos protocolos de transplante devido ao abuso alcoólico. Boa parte dos serviços exige um período de abstinência mínimo de 6 meses antes de se considerar a possibilidade de transplante.
Pacientes com hepatite alcoólica associada a cirrose – especialmente aqueles com hepatite B ou C concomitante – devem ser avaliados periodicamente devido ao risco de carcinoma hepatocelular. A maioria das complicações da hepatite alcoólica é idêntica ao observado na cirrose, e incluem hemorragia por varizes esofagianas, encefalopatia hepática, coagulopatia, trombocitopenia, ascite, peritonite bacteriana espontânea e sobrecarga de ferro.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Hepatite C

 Hepatite C é a inflamação do fígado causada pela infecção pelo vírus da hepatite C (VHC ou HCV), transmitido através do contato com sangue contaminado. Essa inflamação ocorre na maioria das pessoas que adquire o vírus e, dependendo da intensidade e tempo de duração, pode levar a cirrose e câncer do fígado. Ao contrário dos demais vírus que causam hepatite, o vírus da hepatite C não gera uma resposta imunológica adequada no organismo, o que faz com que a infecção aguda seja menos sintomática, mas também com que a maioria das pessoas que se infectam se tornem portadores de hepatite crônica, com suas conseqüências a longo prazo.

Apesar do altíssimo número de contaminados, alguns fatores de risco são considerados mais importantes e todas as pessoas com eles devem ser devem ser testadas, pelo alto risco da doença. 
Fatores de risco: usuários de drogas endovenosas, receptores de fatores de coagulação antes de 1987, receptores de transfusão sanguínea e transplantes de órgãos antes de 1992, hemodiálise, filhos de mães soropositivas, parceiros de portadores de HIV, crianças com 12 meses de idade e mães portadoras de HCV, profissionais da área da saúde vítimas de acidentes com sangue contaminado. 

Apesar dos esforços em conter a epidemia atual, especialmente com a realização de exames específicos em sangue doado, a hepatite C é uma epidemia crescente. Estima-se que a prevalência (número total de casos) só atinja o seu pico em 2040 e, à medida que o tempo de infecção aumenta, que a proporção de novos pacientes não tratados com cirrose dobre até 2020. Assim, medidas adicionais de prevenção e tratamento precisam ser tomadas antes disso, ou nas próximas décadas a epidemia de hepatite C  atingirá complicações na saúde pública a níveis insustentáveis.

 Diferentemente das hepatites A e B, a maioria das pessoas que adquirem a hepatite C desenvolvem doença crônica e lenta, sendo que a maioria (90%) é assintomática ou apresenta sintomas muito inespecíficos, como letargia, dores musculares e articulares, cansaço, náuseas ou desconforto no hipocôndrio direito. Assim, o diagnóstico só costuma ser realizado através de exames para doação de sangue, exames de rotina ou quando sintomas de doença hepática surgem, já na fase avançada de cirrose.  
Além dos sintomas relacionados diretamente à hepatite, o vírus pode desencadear o aparecimento de outras doenças através de estimulação do sistema imunológico: crioglobulenemia mista, profiria cutânea tarda, glomerulonefrite membranoproliferativa, poliarterite nodosa, linfoma de células B, fibrose pulmonar idiopática.

O principal método diagnóstico para a hepatite C continua sendo a sorologia para anti-HCV pelo método ELISA, sendo que a terceira geração deste exame, o ELISA III, tem sensibilidade e especificidades superiores a 95% (com valor preditivo positivo superior a 95%). Após a infecção, o exame torna-se positivo entre 20 e 150 dias (média 50 dias). Pela alta confiança do exame, o uso de sorologia por outro método (RIBA) só deve ser utilizado em suspeitas de ELISA falso positivo (pessoas sem nenhum fator de risco). O resultado falso positivo é mais comum em portadores de doenças autoimunes com auto-anticorpos circulantes, além de indivíduos que tiveram hepatite C aguda, que curaram espontaneamente mas que mantêm a sorologia positiva por várias semanas. Por outro lado, o exame também pode ser falso negativo em pacientes com sistema imunológico comprometido.

Nos raros casos em que a hepatite C é descoberta na fase aguda, o tratamento está indicado por diminuir muito o risco de evolução para hepatite crônica, prevenindo assim o risco de cirrose e câncer. Usa-se para esses casos o tratamento somente com interferon por 6 meses.
O tratamento da Hepatite Crônica C vem alcançando resultados progressivamente melhores com o passar do tempo. Enquanto até há poucos anos alcançava-se sucesso em apenas 10 a 30% do casos tratados, atualmente, em casos selecionados, pode-se alcançar até 90% de eliminação do vírus (Resposta Viral Sustentada). Utiliza-se uma combinação de interferon (“convencional” ou peguilado) e ribavirima, por prazos que variam de 6 a 12 meses (24 a 48 semanas). O sucesso do tratamento varia principalmente conforme o genótipo do vírus, a carga viral e o estágio da doença determinado pela biópsia hepática.
Pacientes mais jovens, com infecção há menos tempo, sem cirrose, com infecção pelos genótipos 2 e 3 e com menor carga viral (abaixo de 800.000 Unidades/mL) tem as melhores chances de sucesso. O novo tipo de interferon, chamado interferon peguilado ou “peg-interferon” é uma alternativa que vem alcançando resultados algo superiores aos do interferon convencional especialmente para portadores do genótipo 1 e pacientes com estágios mais avançados de fibrose na biópsia.
Os efeitos indesejáveis (colaterais) dos remédios utilizados em geral são toleráveis e contornáveis, porém, raramente, são uma limitação à continuidade do tratamento. A decisão de tratar ou não, quando tratar, por quanto tempo e com que esquema tratar são difíceis e exigem uma avaliação individualizada, além de bom entendimento entre o paciente e seu especialista.
Novas alternativas terapêuticas vêm surgindo rapidamente na literatura médica. Além de novas medicações, a adequação do tempo do tratamento a grupos de pacientes com características diferentes poderá melhorar ainda mais os resultados alcançados com as medicações atualmente disponíveis. Estudos vêm mostrando que, para alguns pacientes, com características favoráveis, tempos mais curtos de tratamento possam ser suficientes, enquanto que pacientes com menor chance de resposta e, possivelmente, aqueles que não responderam a tratamentos anteriores, possam se beneficiar com tempos maiores de tratamento. 

A prevenção da hepatite C é feita pelo rigoroso controle de qualidade dos bancos de sangue, o que no Brasil, já ocorre, tornando pequeno o risco de adquirir a doença em transfusões. Seringas e agulhas para injeção de drogas não podem ser compartilhadas. Profissionais da área da saúde devem utilizar todas as medidas conhecidas de proteção

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Hepatite B

O vírus que causa a hepatite B (VHB) é um vírus DNA, transmitido por sangue (transfusões, agulhas contaminadas, relação sexual, após o parto, instrumentos cirúrgicos ou odontológicos, etc.). Não se adquire hepatite B através de talheres, pratos, beijo, abraço ou qualquer outro tipo de atividade social aonde não ocorra contato com sangue. Após a infecção, o vírus concentra-se quase que totalmente nas células do fígado, aonde seu DNA fará o hepatócito construir novos vírus.
O vírus da hepatite B é resistente, chegando a sobreviver 7 dias no ambiente externo em condições normais e com risco de, se entrar em contato com sangue através de picada de agulha, corte ou machucados (incluindo procedimentos de manicure com instrumentos contaminados), levar a infecção em 5 a 40% das pessoas não vacinadas.

Apesar de sermos capazes de produzir anticorpos contra o vírus, eles só funcionam quando o vírus está na corrente sangüínea. Depois que o vírus entra nos hepatócitos, os anticorpos não conseguem destruí-lo diretamente. Como partes do vírus são expressos (partes dele aparecem) na membrana que recobre o hepatócito (principalmente o HBcAg), o organismo reconhece estas partes e desencadeia uma inflamação, onde células (principalmente linfócitos T citotóxicos) destroem os hepatócitos infectados. Está iniciada a hepatite.

O resultado desta hepatite depende do equilíbrio entre o comportamento do vírus e as defesa do hospedeiro (a "vítima"). Se a quantidade de células infectadas é pequena e a defesa é adequada, a hepatite B pode ser curada sozinha sem sintomas (70% dos casos). Se a quantidade de células infectadas é grande, a reação pode levar aos sintomas (30%). 
   O vírus da hepatite B pode permanecer no organismo, podendo infectar outras pessoas, por semanas antes dos sintomas, variando de 6 semanas a 6 meses. Os sintomas iniciais são mal estar, dores articulares e fadiga, mas depois podem evoluir para dor local, icterícia (amarelão), náuseas e falta de apetite. Os sintomas desaparecem em 1 a 3 meses, mas algumas pessoas podem permanecer com fadiga mesmo depois da normalização dos exames.
   Em alguns poucos casos (0,1-0,5%), a resposta do organismo é tão exagerada que há destruição maciça dos hepatócitos (hepatite fulminante), podendo ser fatal. Cerca de 50% dos casos de hepatite fulminante estão relacionados à infecção com hepatite B. O sintoma que mais sugere a hepatite fulminante é o desenvolvimento de alterações neurológicas (sonolência, confusão mental), além de sangramentos e dificuldade respiratória.
Em cerca de 3-8% dos adultos, a defesa imunológica não consegue destruir as células infectadas e a inflamação (hepatite) persiste. Quando a infecção persiste por mais de 6 meses, definindo hepatite crônica, a chance de cura espontânea é muito baixa. Os sintomas mais comuns são falta de apetite, perda de peso e fadiga, apesar da maioria das pessoas ser assintomática. Outras manifestações extra-hepáticas, mais raras, incluem artralgias, artrite, poliarterite nodosa, glomerulonefrite, derrame pleural, púrpura de Henoch-Schölein, edema angioneurótico, pericardite, anemia aplástica, pancreatite, miocardite, pneumonia atípica, mielite transversa e neuropatia periférica.
No caso de crianças que entram em contato com o vírus no parto, o sistema imunológico é incapaz de desenvolver uma boa defesa. Isto faz com que um grande número de células se infectem e, com o tempo, o organismo desenvolve uma certa "tolerância", gerando uma hepatite crônica leve em cerca de 90% dos casos. O risco de hepatite crônica já diminui para 20-50% quando há infecção em crianças entre 1-5 anos. Em adultos com déficit de imunidade, o risco é de cerca de 50%.
   Espera-se que, neste tipo de infecção, 90% dos portadores assintomáticos ainda apresentem sinais de replicação do vírus (HBeAg positivo) aos 15 anos de idade, uma fase chamada de "tolerância imunológica", mas que essa taxa reduza gradativamente até apenas 10% aos 40 anos. Durante essa segunda fase, chamada de "depuração imunológica", o sistema imunológico tenta eliminar o vírus, levando a episódios de "flares" (ativações) da hepatite intercalados com períodos de ausência de atividade da doença. Durante essa fase, há a formação, portanto, de cicatrizes (fibrose) e pode se desenvolver hepatopatia crônica ou cirrose. Nos 90% que aos 40 anos não desenvolveram cirrose e permanecem na terceira fase (de "baixa replicação"), o prognóstico é bom. Os 10% que permanecem com atividade da doença tem pior prognóstico, com maior risco de desenvolvimento de cirrose e hepatocarcinoma.

O diagnóstico da hepatite B, bem como das suas fases evolutivas, é baseado classicamente na coleta de sorologias, conforme tabela abaixo. No entanto, deve ser associado a marcadores de lesão de células (AST e ALT) e, mais recentemente, pode ser utilizado o método de PCR (polimerase chain reaction) para detectar a quantidade do vírus circulante no sangue.

Na caso de hepatite fulminante, tratamento intensivo em unidade especializada reduz a mortalidade, que sem isso chega a 80%. Entre os procedimentos indicados estariam redução da ingesta protéica, lactulose ou neomicina orais, controle hidroeletrolítico e cardiorrespiratório, controle de sangramentos e, se indicado, transplante hepático.
 O tratamento da hepatite B crônica visa suprimir a replicação viral e reduzir a lesão hepática, prevenindo a evolução para cirrose e carcinoma hepatocelular.  Espera-se que, com efeitos sustentados, a progressão para cirrose e hepatocarcinoma seja atrasado ou pare. Atualmente, há três tratamentos com eficácia comprovada para a hepatite B crônica em uso no Brasil: interferon-alfa-b1, lamivudina e adefovir dipivoxil. Interferon peguilado, entecavir, telbivudina e outros ainda estão em estudo.
O transplante de fígado é o tratamento de escolha para a hepatite B aguda fulminante, crônica em fase de cirrose avançada ou na presença de hepatocarcinoma.  Há duas décadas, o transplante hepático no portador de hepatite B tinha resultados muito ruins, em parte por resultados limitados do procedimento em si e em parte pelo alto índice de recidiva (retorno) da hepatite B no fígado transplantado, com evolução mais rápida da doença e risco de hepatite fulminante.
   Mas melhoras na técnica operatória, em conjunto com novos medicamentos que reduzem a recidiva da hepatite e/ou melhoram a sua evolução têm demonstrado uma dramática melhora da expectativa após o transplante. Recomenda-se, logo após o transplante, a utilização de imunoglobulina contra a hepatite B e análogo nucleosídeo, preferencialmente a lamivudina (ou o adefovir dipivoxil se houver sinais no pré-transplante de resistência à lamivudina).
 
 Com a exceção do uso do álcool, que leva a piora da evolução da doença, não há nenhuma restrição nutricional específica para portadores de hepatite B. Situações especiais, como cirrose com ascite ou encefalopatia hepática, ou a presença de outra doença associada, no entanto, podem indicar restrições dietéticas adicionais, conforme orientação do médico e do nutricionista.
   A obesidade, a dislipidemia (aumento do colesterol e triglicérides) e a resistência à insulina são fatores relacionados entre si que desencadeiam o aparecimento da doença hepática gordurosa não alcoólica (também chamada de esteatose hepática ou "gordura do fígado"), em especial a sua forma mais severa, a esteato-hepatite não alcoólica que, se associada à hepatite B, possivelmente levaria a uma potencialização na inflamação e progressão mais rápida de ambas para a cirrose.
   Assim, mesmo sem restrições nutricionais específicas pela hepatite B, recomenda-se uma dieta saudável, que ajuda a manter o peso, o ânimo, melhora o sistema imunológico e ajuda a prevenir o aparecimento de outras doenças.

 A vacina para a hepatite B é altamente efetiva e praticamente isenta de complicações (pode causar apenas reações no local da injeção). Como a hepatite B é uma das principais causas de câncer de fígado no mundo, a vacinação não previne apenas a hepatite como também o câncer. Mais de 80 países já adotaram a vacinação de toda a população como estratégia de combate à doença. A vacina consiste de fragmentos do antígeno da hepatite B HBsAg, suficiente para produzir anticorpos mas incapaz de transmitir doença.
   A dose da vacina é de três injeções intramusculares, sendo a segunda após 1-2 meses e a terceira 5 meses após a primeira. Neste esquema, 95% produzirão os anticorpos e, nestes, a proteção contra a hepatite é próxima de 100%. A imunidade costuma durar pelo menos 10 anos, mas pode persistir por toda a vida, podendo ser avaliada por exame de sangue.
A vacina é indicada em todas as crianças e adolescentes até 18 anos. Entre adultos, deve ser utilizada em pessoas de alto risco (trabalhadores da área da saúde, homossexuais, usuários de drogas endovenosas e outros). A vacina está disponível gratuitamente na rede pública de saúde. Gravidez, amamentação e uso de antibióticos não contra-indicam a vacinação.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Hepatite A

O vírus da hepatite A é um vírus RNA (a sua informação genética é escrita em uma cadeia de RNA - a humana é DNA, que é "traduzido" para o RNA ao ser "lido") transmitido por via oro-fecal, isto é, alimentos e água contaminados. O período de incubação (tempo para o aparecimento da doença) é de 2-6 semanas e o tempo em que o vírus é encontrado no sangue é pequeno (5-7 dias). Portanto, a transmissão parenteral (pelo sangue) é rara. Como uma infecção por via orofecal, sua transmissão esta associada a condições socioeconômicas, é mais comum em países pobres e pode ocorrer em epidemias.
A maioria dos pacientes não apresenta quaisquer sintomas, particularmente as crianças, ou apresenta sintomas incaracterísticos que se assemelham a um quadro gripal. Por esse motivo, muitos adultos descobrem que já tiveram hepatite A através de exames de sangue e nunca souberam. Quando se apresenta clinicamente, os sintomas mais comuns são icterícia (pele e olhos amarelados), fadiga, falta de apetite, náuseas e dores articulares e musculares, ocasionalmente com febre baixa e dor no fígado.
A hepatite A nunca se torna crônica e raramente é fulminante (menos que 1%). A evolução mais comum e de recuperação completa em 3 semanas, mas pode em poucos casos apresentar surtos mais leves até 6 meses apos a infecção.

O diagnostico da hepatite A é feito pela detecção de anticorpos contra o vírus. Os anticorpos aparecem em duas variedades, IgM e IgG, sendo que o primeiro aparece na infecção aguda e o segundo apos a cura, permanecendo por toda a vida e protegendo contra novas infecções. 

O tratamento é baseado em medidas de suporte, sendo orientado repouso até melhora da icterícia. Sugere-se ainda interromper o uso de medicações que possam prejudicar o fígado (incluindo álcool) e dieta hipercalórica, pois o fígado é um dos responsáveis por manter constante a taxa de açúcar no sangue e esta função pode estar prejudicada. Devem ser tomados cuidados para evitar a transmissão entre os familiares. Só é necessária internação em casos graves, idosos e naqueles com outras doenças severas. 

As medidas gerais para a prevenção da hepatite A são higiênicas (lavar as mãos, usar água potável, lavar os alimentos e rede de esgoto). No caso de exposição ao vírus, pode ser utilizada a imunoglobulina A para prevenir o aparecimento da doença, sendo eficaz em 85% dos casos se administrada em até 10-14 dias. 
As vacinas com o vírus inativado se mostraram seguras e eficazes, conferindo proteção de 94-100% após 2-3 doses, por 5 a 20 anos. Recomenda-se (apesar de não fazer parte do calendário vacinal do Ministério da Saúde) a vacinação em crianças em comunidades endêmicas, crianças que freq6uentam creches e pacientes portadores de doenças crônicas do fígado. Os principais efeitos colaterais são dor no local da injeção, febre e eventual dor de cabeça.


domingo, 23 de outubro de 2011

Hepatites

Hepatite designa qualquer degeneração do fígado por causas diversas, sendo as mais freqüentes as infecções pelos vírus tipo A, B e C e o abuso do consumo de álcool ou outras substâncias tóxicas (como alguns remédios). Enquanto os vírus atacam o fígado quando parasitam suas células para a sua reprodução, a cirrose dos alcoólatras é causada pela ingestão freqüente de bebidas alcoólicas - uma vez no organismo, o álcool é transformado em ácidos nocivos às células hepáticas.

As hepatites podem ter várias causas. As hepatites virais são todas diferentes em sintomas, gravidade e tratamento. Como as mais comuns aqui no Brasil são as causadas por vírus de nomes semelhantes (A, B e C), muitos pensam que são parecidas, ou que esses nomes indiquem que exista uma seqüência de gravidade da infecção. Mas isso foi apenas um modo de facilitar o estudo.

A hepatite também pode ser causada por infecções generalizadas que acabam por atacar também o fígado, por substâncias tóxicas como o álcool, por erros do nosso próprio sistema imunológico ou do metabolismo, por mais de um modo diferente e através de outros mecanismos que ainda não conhecemos.
 A hepatite pode surgir rapidamente com sintomas mais intensos (hepatite aguda) ou lenta e menos sintomática (hepatite crônica). Algumas doenças, com a hepatite A, costumam causar apenas a hepatite aguda. Outras, como a hepatite B, podem apresentar um quadro agudo e depois manter uma inflamação menor por um longo período, tornando-se crônica. Outras, como a hemocromatose e a hepatite autoimune, costumam se apresentar como se fossem hepatites agudas, mas na verdade são crônicas.

 Na hepatite aguda, os sintomas podem variar bastante. Dependendo da causa, eles podem não aparecer. Na maioria das vezes, a hepatite aguda surge com um quadro parecido a de uma gripe, com mal estar, fraqueza, febre, dores e náuseas. Quadros mais intensos podem vir com icterícia, que é um amarelamento da pele e dos olhos causado pelo acúmulo de bile no sangue. Felizmente, hepatites agudas graves, chamadas de fulminantes e subfulminantes, são raras. Além dos sintomas habituais, surgem alterações de comportamento, sonolência e confusão, sinais de que o fígado não está conseguindo eliminar toxinas do organismo.
Na hepatite crônica, ocorre uma destruição lenta das células do fígado, que aos poucos vão se regenerando ou formando cicatrizes. Nessa fase, praticamente não há sintomas. Por esse motivo, muitas pessoas não descobrem a doença até que seja tarde demais. O que acontece é que a destruição das células do fígado pode chegar a um ponto em que a regeneração não é mais possível e o fígado pode não ser mais capaz de funcionar normalmente. Isso, junto com a formação de cicatrizes no fígado, é o que chamamos de cirrose.

Acompanhe a série de posts e fique conhecendo todos os tipos de hepetites e suas diferenças.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Automedicação: entenda os riscos


Automedicação é definida como a prática de ingerir medicamentos sem prescrição médica ou de um profissional de saúde qualificado para isso.  É o ato de ingestão de medicamentos por aconselhamento de amigos, vizinhos, devido ao marketing em volta dos medicamentos ou seguindo uma prescrição antiga. 

Estudos mostram que as pessoas se automedicam por acharem seu problema de saúde pouco importante ou por não acreditarem quem os medicamentos que estão ingerindo podem lhes fazer mal. O uso de medicamentos costuma estar associado, na cabeçada da maioria das pessoas, à saúde.
Mas a realidade não é bem assim. A automedicação pode te causar vários problemas de saúde. 

Efeitos adversos, interações medicamentosas, intoxicações, resistência/tolerância aos medicamentos e diagnósticos errados são alguns dos problemas que a automedicação pode trazer. 
Antipiréticos, analgésicos, antiinflamatórios, antigripais e xaropes estão entre os medicamentos mais utilizados para a automedicação.

Os medicamentos contendo ácido acetilsalicílico além de causar lesões na mucosa gástrica se usados juntamente com anticoagulantes podem causar sangramentos ou hemorragias internas. Os antiinflamatórios podem causar descompasso em pessoas com problemas cardíacos, além de poderem causar problemas renais e aumentarem a pressão arterial. Os antigripais podem aumentar a pressão arterial e também a intra-ocular e os batimentos cardíacos, alguns podem causar retenção urinária. Alguns xaropes podem causar diminuição do fluxo respiratório, reações alérgicas ou problemas cardíacos, muitos xaropes contém açúcar e não devem ser administrados por pessoas diabéticas.
O uso indiscriminado de antibióticos pode levar a resistência bacteriana, ou seja, determinado medicamento deixa de fazer efeito quando usado para tratar uma infecção por determinada bactéria. Ou ainda, o uso indiscriminado de antibióticos, pode causar o desenvolvimento de super bactérias. 

Tendo em vista os problemas decorrentes da automedicação e principalmente quando esta é feita com uso de antibióticos a Agência Nacional de Vigilância Sanitária em outubro de 2010, modificou algumas regras para a venda de antibióticos, que a partir de então passaram a ser vendidos em farmácias e drogarias apenas com receita médica. 

Importante não se esquecer dos medicamentos fitoterápicos e aqueles chazinhos caseiros quando falamos de automedicação.
Babosa, chá de quebra pedra, cava-cava, pata de vaca, chá de picão, camomila, arruda, hibisco, ginseng, e outros podem não ter efeitos terapêuticos e/ou podem interagir com os medicamentos. 
Da mesma maneira uma atenção especial deve ser dada as pomadas, cremes e loções, muitos deles podem conter princípios ativos de medicamentos que podem causar reações adversas, alergias e interações com outros medicamentos. 

Outro fator muito importante quando se fala de automedicação é o erro de medicação. A probabilidade de se tomar um medicamento tanto de forma errada, quanto na dose errada ou para a finalidade errada quando uma pessoa se automedica é muito alta. Esses erros podem causar ineficácia do tratamento ou gerar outros problemas de saúde. 

O problema da automedicação é universal. Idosos e mulheres são os grupos que mais se automedicam. As taxas de internações devido a problemas relacionados a medicamentos é extremamente alta.

 Aquela prescrição médica para a infecção de urina de dois anos atrás não deve ser usada numa nova infecção de urina. Até porque o diagnóstico deve ser feito pelo médico. 

Apesar de haverem políticas para a venda e propagandas de medicamentos que visam diminuir o consumo excessivo de medicamentos pela população e os problemas relacionados aos medicamentos, não existem políticas para a conscientização da população sobre os problemas relacionados à automedicação. Informar a população sobre esses riscos cabe aos profissionais da saúde. 

A automedicação pode trazer muitos problemas para a saúde, pode até matar. Procure um médico antes de tomar qualquer medicamento, converse com um farmacêutico, esses são profissionais capacitados para lhe aconselhar. 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

As Novas Diretrizes para o Tratamento de Varizes

Na semana passada a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) apresentou suas novas diretrizes sobre os tratamentos de varizes, doença que, segundo estimativas, afeta ou vai afetar até o final da vida 50% das mulheres e 37% dos homens no Brasil. Trata-se de um conjunto de normas que deve orientar os médicos no atendimento de pacientes com esse tipo de problema. As diretrizes foram apresentadas no 39º Congresso Brasileiro de Angiologia e de Cirurgia Vascular, em São Paulo.

As diretrizes envolvendo terapias de compressão elásticas, que são as meias indicadas para pacientes com varizes, já foram aprovadas pela Associação Médica Brasileira (AMB). Elas definem quem e como deve receitar a meia compressora, e quando e para qual finalidade ela deve ser usada.

O coordenador nacional das diretrizes da SBACV, o cirurgião Aldemar Araújo Castro, destaca a importância das normas: "Devemos deixar explícito para todos os médicos e também para a população a melhor forma de tratar o doente", disse. Segundo ele, as "regras" foram feitas com base em perguntas feitas pela própria classe médica sobre os procedimentos envolvendo as doenças vasculares. "Devem colocar um ponto final nas divergências que existem entre profissionais ao tratar a doença."

É importante ressaltar que o uso das meias de compressão não evita o aparecimento de varizes, somente diminui a dor e o inchaço característicos da doença. Segundo a SBACV, para evitar o aparecimento de varizes é preciso — além de seguir os mesmo hábitos recomendados para a prevenção de doenças cardíacas, como perder peso, não fumar e praticar exercícios — evitar ficar em pé ou sentado por muito tempo, não usar cintas abdominais apertadas e, se possível, não tomar hormônios anticoncepcionais .

Diretrizes sobre terapia de compressão elástica

• Somente o médico deve prescrever a meia ao paciente, levando em conta a medida da perna, compressão e modelo
• O uso da meia elástica melhora significativamente os sintomas da insuficiência venosa, como dores e sensação de peso
• O uso de meia elástica em gestantes melhora as dores provocadas pelas dilatações venosas, mas não impede o surgimento de novas varizes
• O uso de meia elástica em pacientes que já tiveram trombose venosa é recomendado e reduz incidência de problemas decorrentes da doença
• Não usar a compressão pode aumentar a recorrência de úlceras por insuficiência venosa
• Usar meias elásticas diariamente após três semanas de uma escleroterapia (a maneira mais comum de eliminar pequenos vasos, feita por meio de injeções) melhora o resultado do tratamento
 
Na última terça-feira o Jornal Hoje apresentou uma máteria sobre o uso das meias de compressão que você pode conferir aqui.  
 
 
Varizes: são dilatações ou tortuosidades de veias do corpo humano. As mais comuns são as varizes dos membros inferiores, sendo estas as alterações patológicas mais vivenciadas pela Angiologia e pela Cirurgia vascular. São mais comuns em mulheres e estão vinculadas a hereditariedade. Gravidez, obesidade, menopausa e envelhecimento são fatores que contribuem para seu aparecimento.
 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Farmácia Popular

O Governo Federal criou  o Programa Farmácia Popular do Brasil para ampliar o acesso aos medicamentos para as doenças mais comuns entre os cidadãos. O Programa possui uma rede própria de Farmácias Populares e a parceria com farmácias e drogarias da rede privada, chamada de  "Aqui tem Farmácia Popular".

Em 03 de fevereiro de 2011 a campanha “Saúde Não Tem Preço” foi lançada pela Presidenta Dilma Roussef, com o objetivo de disponibilizar, gratuitamente, a partir do dia 14 de fevereiro, medicamentos indicados para o tratamento de hipertensão e diabetes nas farmácias e drogarias credenciadas no Programa “Aqui Tem Farmácia Popular”.
Confira aqui a lista completa dos medicamentos da campanha "Saúde Não Tem Prreço".

O Programa Farmácia Popular também disponibiliza fraldas geriátricas, você pode conferir a lista com os modelos acessando a página do Ministério da Saúde.
A lista completa dos medicamentos do programa "Aqui tem farmácia Popular" você pode confereir aqui. É importante lembrar que a entrega desses medicamentos está diretamente relacionada com a disponibilidade desses medicamentos nas farmácias e drogarias parceiras do programa.
Além disso na página do Ministério da Saúde você encontra a relação completa das Farmácias Populares em seu estado e também os endereços  da farmácias e drogarias parceiras do programa. 

Confira aqui a lista dos medicamentos dispensados nas Farmácias Populares. para retirá-los você precisa apresentar a receita médica e seus documentos. 

Reconheça as farmácia e drogarias parceiras do projeto pelo símbolo: 

                                      
 Visite o site do Ministério da Saúde e tenha mais informações.
 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

DST - AIDS

Síndrome causado pela infecção crônica do organismo humano pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus).
O vírus compromete o funcionamento do sistema imunológico humano, impedindo-o de executar sua tarefa adequadamente, que é a de protegê-lo contra as agressões externas (por bactérias, outros vírus, parasitas e mesmo por celulas cancerígenas).
Com a progressiva lesão do sistema imunológico o organismo humano se torna cada vez mais susceptível a determinadas infecções e tumores, conhecidas como doenças oportunísticas, que acabam por levar o doente à morte.
A fase aguda (após 1 a 4 semanas da exposição e contaminação) da infecção manifesta-se em geral como um quadro gripal (febre, mal estar e dores no corpo) que pode estar acompanhada de manchas vermelhas pelo corpo e adenopatia (íngua) generalizada (em diferentes locais do organismo). A fase aguda dura, em geral, de 1 a 2 semanas e pode ser confundida com outras viroses (gripe, mononucleose etc) bem como pode também passar desapercebida.
Os sintomas da fase aguda são portanto inespecíficos e comuns a várias doenças, não permitindo por si só o diagnóstico de infecção pelo HIV, o qual somente pode ser confirmado pelo teste anti-HIV, o qual deve ser feito após 90 dias (3 meses) da data da exposição ou provável contaminação (janela imunológica).

Janela imunológica é o intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus da aids e a produção de anticorpos anti-HIV no sangue. Esses anticorpos são produzidos pelo sistema de defesa do organismo em resposta ao HIV e os exames irão detectar a presença dos anticorpos, o que confirmará a infecção pelo vírus.

O período de identificação do contágio pelo vírus depende do tipo de exame (quanto à sensibilidade e especificidade) e da reação do organismo do indivíduo. Na maioria dos casos, a sorologia positiva é constatada de 30 a 60 dias após a exposição ao HIV. Porém, existem casos em que esse tempo é maior: o teste realizado 120 dias após a relação de risco serve apenas para detectar os casos raros de soroconversão – quando há mudança no resultado.

Se um teste de HIV é feito durante o período da janela imunológica, há a possibilidade de apresentar um falso resultado negativo. Portanto, é recomendado esperar mais 30 dias e fazer o teste novamente.

É importante que, no período de janela imunológica, a pessoa sempre faça sexo com camisinha e não compartilhe seringas , pois, se estiver realmente infectada, já poderá transmitir o HIV para outras pessoas.

O vírus é transmitido por sangue e líquidos grosseiramente contaminados por sangue, sêmem, secreções vaginais e leite materno. Pode ocorrer transmissão no sexo vaginal, oral e anal.
Os beijos sociais (beijo seco, de boca fechada) são seguros (risco zero) quanto a transmissão do vírus, mesmo que uma das pessoas seja portadora do HIV. O mesmo se pode dizer de apertos de mão e abraços. Os beijos de boca aberta são considerados de baixo risco quanto a uma possível transmissão do HIV.

Elisa é o teste mais realizado para diagnosticar a doença. Nele, profissionais de laboratório buscam por anticorpos contra o HIV no sangue do paciente. Se uma amostra não apresentar nenhum anticorpo, o resultado negativo é fornecido para o paciente. Caso seja detectado algum anticorpo anti-HIV no sangue, é necessária a realização de outro teste adicional, o teste confirmatório. São usados como testes confirmatórios, o Western Blot, o Teste de Imunofluorescência indireta para o HIV-1 e o imunoblot. Isso porque, algumas vezes, os exames podem dar resultados falso-positivos em consequência de algumas doenças, como artrite reumatoide, doença autoimune e alguns tipos de câncer.
Nesse caso, faz-se uma confirmação com a mesma amostra e o resultado definitivo é fornecido ao paciente. Se o resultado for positivo, o paciente será informado e chamado para mais um teste com uma amostra diferente. Esse é apenas um procedimento padrão para que o mesmo não tenha nenhuma dúvida da sua sorologia.
Independentemente do resultado do exame, positivo ou negativo, o paciente é encaminhado ao aconselhamento pós-teste – conversa com o profissional do CTA ou do posto de saúde que orienta sobre prevenção, tratamento e outros cuidados com a saúde.

Fatores que causam resultados falso-positivo:
  • Vacina contra influenza A H1N1;
  • Artrite reumatoide;
  • Doenças autoimunes (lupus eritematoso sistêmico, doenças do tecido conectivo e esclerodermia);
  • Colangite esclerosante primaria;
  • Terapia com interferon em pacientes hemodialisados;
  • Síndrome de Stevens-Johnson;
  • Anticorpo antimicrossomal;
  • Anticorpos HLA (classe I e II);
  • Infecção viral aguda;
  • Aquisição passiva de anticorpos anti-HIV (de mãe para filho);
  • Tumores malignos;
  • Outras retroviroses;
  • Múltiplas transfusões de sangue;
  • Anticorpo antimúsculo liso
O acompanhamento médico da infecção pelo HIV é essencial, tanto para quem não apresenta sintomas e não toma remédios (fase assintomática), quanto para quem já exibe algum sinal da doença e segue tratamento com os medicamentos antirretrovirais, fase que os médicos classificam como aids.
Nas consultas regulares, a equipe de saúde precisa avaliar a evolução clínica do paciente. Para isso, solicita os exames necessários e acompanha o tratamento. Tomar os remédios conforme as indicações do médico é fundamental para ter sucesso no tratamento. Isso é ter uma boa adesão.
O uso irregular dos antirretrovirais (má adesão ao tratamento) acelera o processo de resistência do vírus aos medicamentos, por isso, toda e qualquer decisão sobre interrupção ou troca de medicamentos deve ser tomada com o consentimento do médico que faz o acompanhamento do soropositivo. A equipe de saúde está apta a tomar essas decisões e deve ser vista como aliada, pois juntos devem tentar chegar à melhor solução para cada caso.
Os medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo SUS.

A taxa de transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez, sem qualquer tratamento, pode ser de 20%. Mas em situações em que a grávida segue todas as recomendações médicas, a possibilidade de infecção do bebê reduz para níveis menores que 1%. As recomendações médicas são: o uso de remédios antirretrovirais combinados na grávida e no recém-nascido, o parto cesáreo e a não amamentação.
O uso de medicamentos durante a gravidez é indicado para quem já está fazendo o tratamento e para a grávida que tem HIV, não apresenta sintomas e não está tomando remédios para aids. Nesse caso, o uso dos remédios antiaids pode ser suspenso ao final da gestação. Essa avaliação dependerá os exames de laboratório (CD4 a Carga Viral) e de seu estado clínico e deverá ser realizada, de preferência, nas primeiras duas semanas pós-parto, em um serviço especializado (SAE).

Direitos dos portadores de HIV
Pela Constituição brasileira, os portadores do HIV, assim como todo e qualquer cidadão brasileiro, têm obrigações e direitos garantidos. Entre eles: dignidade humana e acesso à saúde pública e, por isso, estão amparados pela lei. O Brasil possui legislação específica dos grupos mais vulneráveis ao preconceito e à discriminação, como homossexuais, mulheres, negros, crianças, idosos, portadores de doenças crônicas infecciosas e de deficiência.
Em 1989, profissionais da saúde e membros da sociedade civil criaram, com o apoio do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, a Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids. O documento foi aprovado no Encontro Nacional de ONG que Trabalham com Aids (ENONG), em Porto Alegre (RS).
I - Todas as pessoas têm direito à informação clara, exata, sobre a aids.
II – Os portadores do vírus têm direito a informações específicas sobre sua condição.
III - Todo portador do vírus da aids tem direito à assistência e ao tratamento, dados sem qualquer restrição, garantindo sua melhor qualidade de vida.
IV - Nenhum portador do vírus será submetido a isolamento, quarentena ou qualquer tipo de discriminação.
V - Ninguém tem o direito de restringir a liberdade ou os direitos das pessoas pelo único motivo de serem portadoras do HIV/aids, qualquer que seja sua raça, nacionalidade, religião, sexo ou orientação sexual.
VI - Todo portador do vírus da aids tem direito à participação em todos os aspectos da vida social. Toda ação que visar a recusar aos portadores do HIV/aids um emprego, um alojamento, uma assistência ou a privá-los disso, ou que tenda a restringi-los à participação em atividades coletivas, escolares e militares, deve ser considerada discriminatória e ser punida por lei.
VII - Todas as pessoas têm direito de receber sangue e hemoderivados, órgãos ou tecidos que tenham sido rigorosamente testados para o HIV.
VIII - Ninguém poderá fazer referência à doença de alguém, passada ou futura, ou ao resultado de seus testes para o HIV/aids, sem o consentimento da pessoa envolvida. A privacidade do portador do vírus deverá ser assegurada por todos os serviços médicos e assistenciais.
IX - Ninguém será submetido aos testes de HIV/aids compulsoriamente, em caso algum. Os testes de aids deverão ser usados exclusivamente para fins diagnósticos,  controle de transfusões e transplantes, estudos epidemiológicos e nunca qualquer tipo de controle de pessoas ou populações. Em todos os casos de testes, os interessados deverão ser informados. Os resultados deverão ser transmitidos por um profissional competente.
X - Todo portador do vírus tem direito a comunicar apenas às pessoas que deseja seu estado de saúde e o resultado dos seus testes.
XI - Toda pessoa com HIV/aids tem direito à continuação de sua vida civil, profissional, sexual e afetiva. Nenhuma ação poderá restringir seus direitos completos à cidadania.

Você pode ter mais informaçõesm em http://www.aids.gov.br

O uso de preservativos é fundamental na prevenção!!! Preservativos também são distribuídos gratuitamente no SUS.

Fonte: aids.gov.br